Audiência Pública é marcada por reclamações sobre os serviços prestados pela Sabesp
Falta de água frequente nos bairros, obras inacabadas ou mal executadas, que comprometem vias públicas, e água barrenta e de baixa qualidade. Essas foram algumas das reclamações feitas pela população ontem (24) durante a Audiência Pública da Sabesp, ocorrida no plenário da Câmara de Cubatão. O evento foi uma realização do Legislativo Municipal, em parceria com a União dos Vereadores da Baixada Santista (Uvebs). A abertura foi feita pelo presidente do parlamento cubatense, o vereador Topete (PSD), que passou a condução dos trabalhos para o parlamentar Batoré (Agir), presidente da Comissão Especial de Inquérito, instituída pela Resolução Nº 3.084 de 26 de agosto, que trata do tema no âmbito da Câmara.
Henrique Marreta, diretor do Sindicato dos Urbanitários (Sintius), comentou sobre as demissões em massa que ocorreram após o processo de privatização, que, segundo ele, já ultrapassam 450 desligamentos apenas na região. O dirigente sindical criticou a terceirização de funções operacionais, apontada como um dos fatores de queda na qualidade do atendimento. Marreta ainda falou sobre as reclamações da população acerca da falta de água, qualidade do abastecimento, e obras inacabadas.
“A população da Baixada Santista sofre com falta d’água, contas altas e obras não finalizadas. Precisamos que a Sabesp participe do debate e dê explicações claras sobre esses temas”, afirmou o presidente da Uvebs, o vereador Cadu Barbosa, da cidade de Praia Grande.
Marcos Silva Quarterolli, secretário municipal de obras, disse que pretende criar uma comissão interna para realizar um levantamento de todas as obras executadas pela Sabesp em Cubatão e que, se for o caso, aplicarão as devidas sanções administrativas. O representante da Prefeitura comentou que o bairro Vale Verde sofrerá alguns transtornos com as obras de adequação da Sabesp. “Vou buscar acompanhar de perto essa questão”, garantiu Quarterolli.
Vicente Mello Estrela de Medeiros, assessor de relações institucionais da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (ARCESP), explicou que o órgão estadual tem o papel de regular e fiscalizar a Sabesp em todos os municípios em que a empresa atua no estado. Ele disse que, neste ano, a ARCESP realizou 22 fiscalizações na Baixada Santista, no que se refere a abastecimento de água e esgotamento. Medeiros disse que o usuário que tiver algum problema com a Sabesp, deve primeiramente acionar a concessionária e, caso o problema não seja resolvido, encaminhe a denúncia à ARCESP.
Andrenandes Sincerre Gonçalves, gerente do Departamento de Manutenção e Serviços Operacionais da Sabesp, disse que a empresa investirá 350 milhões de reais em obras de abastecimento e distribuição de água, e coleta e tratamento de esgoto em Cubatão nos próximos meses. O gestor ressaltou que empresas contratadas pela Sabesp que não atenderem os indicadores de prazo, eficiência e qualidade serão excluídas do cadastro da concessionária. Sobre a situação de algumas comunidades da cidade, Gonçalves explica que é preciso realização um processo de adequação do sistema de abastecimento, regularizando as ligações de água. “É uma questão de saúde pública”, destacou o representante da Sabesp.
No encerramento da audiência pública, Batoré disse que a CEI irá notificar oficialmente a Sabesp, cobrando a criação de uma comissão exclusiva para acompanhar as obras realizadas na cidade. Além disso, o parlamentar criticou o agendamento no atendimento, uma vez que muitas pessoas são ouvidas em casos emergenciais, como cortes no abastecimento de água. O vereador ainda destacou que um dos principais problemas hoje é baixa pressão nas torneiras.
Participaram da audiência pública os vereadores Afonsinho (PSD), Carioca (PSDB), Ronaldo da Comissão (PSD), Guilherme do Salão (PSB), Marcinho (PSB), Guilherme Amaral (PSD), Tinho (PSD), Xuxa (PSDB), Alessandro Oliveira (Republicanos), Jair do Bar (PSDB), e Edson Mota (União Brasil).