Comissão de Inquérito reúne órgãos municipais para discutir danos causados pela Ecovias

Por Denise Crescêncio

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) instituída para investigar a responsabilidade da Ecovias nos danos causados ao município se reuniu ontem (30/10) com órgãos municipais para entender os prejuízos aos respectivos setores. A ausência de um plano integrado para atuar em casos de acidentes rodoviários com obstruções de saídas e a utilização das galerias pluviais do município pela Ecovias são os principais gargalos.

A CEI foi presidida pelo vereador Marcinho (PSB) e contou com a presença do bombeiro militar, Silva Mendes; dos representantes da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Maria Cecilia P. Vall e Manoel Gaspar Neto; da coordenadora da Defesa Civil, Cristina Cândido; do secretário de Manutenção e Serviços Públicos, Elmo Ferreira e do chefe de Limpeza Urbana, Edilton Santos; além dos parlamentares Topete (PSD) e Guilherme do Salão (PSB).

Marcinho pediu que os representantes dos órgãos municipais compartilhassem com a mesa os possíveis transtornos decorrentes da atuação da Ecovias. “Essa informação é importante para nós porque a CEI está discutindo as obras da Terceira Via [da Rodovia dos Imigrantes], mas, antes de discuti-las, existem várias pendências no nosso município. Essas informações vão fortalecer [o trabalho da comissão]”, disse o parlamentar.

Limpeza Urbana e Manutenção

Edilton Santos explicou que a Limpeza Urbana vem tendo problemas com a Ecovias desde 2012, pois a empresa interligou as galerias pluviais das rodovias com as do município, gerando transbordo em alguns córregos e canais da cidade. Elmo acrescentou que a Secretaria de Manutenção e Serviços Públicos está realizando a limpeza de galerias do município, por exemplo, Ilha Caraguatá e Parque São Luis. “Não adianta a gente fazer nossa parte se os maiores causadores dos nossos problemas não nos ajudam. A Ecovias, as donas das ferrovias e a Sabesp”, lamentou o secretário ao defender que sejam feitas ações conjuntas entre as instituições para resolver o problema dos alagamentos na cidade.

Bombeiros, Cetesb e Defesa Civil

Marcinho citou que em 2019 já havia feito apontamentos à Ecovias e ao Poder Executivo quanto ao descarte irregular de entulhos em algumas áreas da cidade e que, à época, a concessionária chegou a ser autuada pela Cetesb, mas continuou praticando a ação irregular. Portanto, é importante saber se houve outras autuações e/ou penalidades à empresa. Maria Cecilia P. Vall, representante da Cetesb, se comprometeu a fazer esse levantamento e enviar as informações à Comissão. Guilherme do Salão, por sua vez, alertou para os riscos dos produtos químicos que são drenados da pista e levados até rios e mangues da cidade, poluindo-os.

O representante do Corpo de Bombeiros citou que o contato que a corporação tem com a Ecovias é operacional e que até o momento não há nenhuma queixa a ser feita. Posteriormente, a representante da Defesa Civil, Cristina Cândido, explicou que também não há hoje nenhum apontamento à concessionária no que diz respeito a falhas e/ou omissões de acidentes. No entanto, mencionou que falta um plano integrado do órgão com a Ecovias para atuar em casos de acidentes rodoviários com obstruções de saídas e que isso é um ponto que requer muita atenção.

Por fim, Topete citou que vem solicitando, há muito tempo, a iluminação da passarela de pedestres do Caminho 2 à Ecovias, mas que o pedido não foi atendido por completo, pois a empresa instalou a iluminação em apenas uma parte da via. O parlamentar mencionou que os trechos escuros contribuem para o aumento de assaltos e violências na região. “A indignação com a Ecovias é grande em nossa cidade. [A empresa] Tem que fazer serviço de qualidade para a nossa população”, completou ele.

Agora, a Comissão encaminhará ofícios à Ecovias e as partes responsáveis com as demandas tratadas na reunião. Para o próximo encontro, está prevista a presença de alguns munícipes.