Comissão discute as dificuldades dos alunos com deficiência em Cubatão

Comissão discute as dificuldades dos alunos com deficiência em Cubatão

Foto: Thyago Cesar

A Comissão Especial de Vereadores (CEV) que trata sobre ações para a educação inclusiva em Cubatão realizou ontem (17), uma reunião para discutir sobre a situação das pessoas com deficiência (PcD) no município, além da falta de estrutura nas unidades de ensino municipais para atender as crianças com deficiência. A reunião foi presidida pelo vereador Sérgio Calçados (PSB), presidente da Comissão e contou com a presença de Alessandro Oliveira (PL) e de Guilherme do Salão (PROS). Além dos parlamentares, estiveram presentes o Dr. Gilberto, Procurador Geral do Município, a professora Denise Quintas, integrante do Departamento de Educação Inclusiva da Prefeitura Municipal de Cubatão, Francisco Tico Barbosa, assessor de políticas públicas para pessoas com deficiência da Prefeitura Municipal de Cubatão, Pâmella Aparecida, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (COMDEF), além de pais de alunos com deficiência. 

Sérgio Calçados disse que propósito da Comissão é buscar respostas junto aos órgãos competentes para a efetividade da educação inclusiva, além de saber como andam as tratativas junto ao Ministério Público e o município para o atendimento dessa demanda. O parlamentar comentou que nos cinco anos na vereança, ao questionar sobre projetos relacionados às pessoas com deficiência, recebia como resposta: está na Procuradoria”. Sérgio, ainda, disse que isso faz com que os problemas fiquem parados na pasta responsável para tratar do assunto que a sensação era de que os profissionais que não davam andamento ao processo. O Dr. Gilberto Freitas explicou que a procuradoria continua com defasagem de profissionais para dar continuidade aos trabalhos. “Devido a alta demanda, os profissionais não conseguem dar agilidade aos processos” Freitas comentou que foi pedido ao gabinete do Executivo quais seriam as prioridades da pasta, tendo em vista o número elevado de processos e uma equipe pequena para dar andamento, De acordo com o procurador, quando uma reunião com o Ministério Público foi solicitada para tratar sobre essa pauta, a Administração Municipal questionou sobre a necessidade de urgência, pois de acordo com as tratativas internas, esta mesma pauta não estava entre as prioridades.

A Professora Denise Quintas recordou a sua luta constante para a inclusão dos PcD nos equipamentos da cidade de Cubatão e comentou que em 2020, algumas cidades de Baixada Santista já tinham um atendimento mais adequado para esses alunos, algo que, segundo a professora, Cubatão conseguiu progredir. “Hoje temos 150 profissionais na ativa e mais 150 estão sendo contratados em regime de urgência. E já nas próximas semanas, segundo o Poder Executivo, esses profissionais entrarão em ação”. Denise concluiu, ressaltando que o trabalho na Escola Lorena é um bom exemplo sobre o ensino para as crianças com deficiência. “Temos 164 alunos com deficiência, nos três períodos de funcionamento da escola. Lá, temos dois professores por período para a educação especial. Quando você é formado, você é formado para tudo, depois que busca uma especialização. Isso infelizmente não é uma exclusividade nossa, e claro que queremos resolver Estamos buscando, cursos específicos disponibilizado pelo governo estadual e federal, tanto para professores quanto para mães de alunos”.

Mãe de um filho com deficiência, Madalena mostrou-se decepcionada pelo fato de seu filho, até o momento, não estar na escola. “Ele gosta UME Espírito Santo, mas a professora falou que ele não pode ficar, por não conseguir dar a atenção para o meu filho e para os outros alunos”. Madalena finalizou, pedindo que o Legislativo e o Executivo tenham um olhar para todas essas crianças. Ela ressalta a frustração e cansaço das mães em pedir ensino para seus filhos. “Nos sentimos enganadas. Isso precisa ser resolvido agora”.

Andreia Rodrigues relatou que seu filho não gosta de ir à escola, pois os colegas de sala ficam rindo dele, além de destacar a falta de acessibilidade na UME Amapá “Acredito que se tivesse um profissional de apoio ele não passaria por esse constrangimento. As pessoas que convivem com o meu filho, sabem que ele é uma criança muito bem resolvida com a deficiência dele. Além disso, falta acessibilidade no Amapá. Meu filho é o único cadeirante na escola, eu tenho carro, mas e se fosse uma mãe sem?”. Andreia diz que seu filho é paciente da Casa da Esperança, e afirma: “Quando não se tem conhecimento de causa, a mãe vai achar que o trabalho é bom. Mas infelizmente não é o ideal. Eu me esforço, pago um profissional particular para o desenvolvimento dele, e eu comparo o tempo de uma fisioterapia por exemplo, na instituição. Não é porque é o que tem, que nós temos que ficar calados”. A munícipe concluiu, questionando onde estão os membros do Executivo que, segundo ela, não escuta as mães e não comparece nas reuniões. 

O Vereador Alessandro Oliveira disse que “desde que eu me conheço por gente que a cidade não tem uma estrutura de acessibilidade”. O parlamentar afirma que não só as crianças, como todas as pessoas com deficiência, precisam ter o direito a acessibilidade. Alessandro concluiu, dizendo que entende que é preciso ocorrer uma discussão ampla, mas que a Comissão deve focar na educação. “Precisamos é saber quando aquele menino(a) vai estar sendo atendido em sala de aula. Quando chegam novos profissionais?

Sérgio Calçados disse que, para a próxima reunião da CEV, convocaria o conselho tutelar, o Conselho Municipal de Educação e o Secretário Municipal de Saúde, para responder sobre o apoio pedido pela Secretaria de Educação (SEDUC).