Em Ato Solene, professores pedem mais investimento na educação, valorização e respeito
Por Denise Crescêncio
A Câmara realizou ontem (23/10), no plenário, o Ato Solene em Homenagem ao Dia dos Professores. A cerimônia foi presidida pelo vereador Guilherme Amaral (PSD) e teve como oradora oficial Maria Lucia Peralta, diretora do Departamento de Ensino da Secretaria de Educação (Seduc) de Cubatão. Além de reforçarem que investir na educação é investir no futuro, os professores homenageados pediram por mais valorização e respeito à profissão. O fortalecimento da luta antirracista e o papel da educação no combate às desigualdades também foram debatidos no evento.
Além de Maria Lucia, outros profissionais da educação foram homenageados pelas bancadas com representação no Legislativo: Martinha da Costa Gomes, pelo Republicanos; Claudia Rodrigues Pimenta dos Santos, pela bancada do União Brasil; Graciète Laura Simões David, pelo Agir; Patricia Campina Reis, pelo PSB; Marco Antonio Martins, pela bancada do PSDB, e Viviane Aparecida F. da Silva Campina, pelo PSD.
Na tribuna, Maria Lucia citou que ser professor é transformar vidas e que o ofício, além de carregar histórias humanas e afetivas, tem a responsabilidade pública de formar cidadãos conscientes, críticos e compassivos. A oradora também defendeu que a valorização não se limita a salários e reajustes. “A valorização é o reconhecimento humano, a formação continuada de condições dignas de trabalho, suporte emocional, tempo para planejamento e respeito social”, disse a diretora ao ponderar que os educadores estão na linha de frente da construção de uma sociedade. Ela também agradeceu a oportunidade e disse almejar que o evento sele um compromisso político e humano dos poderes com a educação. “A educação não pode ser promessa. Ela precisa ser prioridade permanente de Estado”, concluiu a docente.
Em seguida, Martinha remontou à época em que Antonieta de Barros, primeira deputada negra do Brasil, criou a lei que instituiu o 15 de outubro como o Dia do Professor. “Falar de educação neste espaço é falar de compromisso com o futuro, com a democracia e com a dignidade de um povo. Ser professora é um ato político”, disse a docente. Ela mencionou que ensinar é semear esperança crítica - que pensa, questiona e não se acomoda. Também citou a Lei 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana no Fundamental e Médio, é um ato de justiça histórica. “Ela [a Lei] nos convoca a repensar o currículo, a reconhecer as vozes silenciadas, a construir uma educação que seja de fato plural e antirracista” disse a docente ao reiterar que essa responsabilidade é de toda a sociedade.
Já a professora Claudia disse estar lisonjeada pela homenagem e por fazer parte da memória de alunos. Ela também parabenizou os educadores que se dedicam com amor a esta profissão. A educadora Graciète citou que é preciso ter mais respeito, amor e paciência com o outro. “A educação é igualdade, é trabalhar por um mundo melhor”, disse ela. 
Patricia mencionou que está cada dia mais desafiador exercer a profissão docente e que ser professor é ser um pouco de tudo. “A gente é um pouco médica, um pouco terapeuta e a gente ainda educa”, afirmou ela. Além disso, Patricia fez coro ao pedido de valorização aos servidores. “Não somente em nome dos professores, mas [em nome] de todos os servidores públicos. Nos valorizem mais, nos reconheçam pela contribuição que damos diariamente à cidade”, declarou ela.
Marco Antonio estendeu a homenagem a todos os profissionais que fazem a educação acontecer. “Sem eles, a máquina não funciona”, disse ele. Por fim, a professora Viviane falou sobre a importância do afeto e que é preciso ter um olhar diferente para a terceira idade. “Todos os dias, como professora, eu tenho uma surpresa. Olhe para o próximo, dê um abraço, dê amor”, disse Viviane.
Guilherme agradeceu a todos pela presença e reiterou que não pode haver neutralidade na educação e nas relações sociais. O parlamentar também mencionou que o papel do professor é ser agente facilitador do conhecimento. “É a educação a arma mais inalienável no combate às desigualdades sociais, que são escancaradas em todas as escolas do País”, observou Guilherme ao reconhecer o papel transformador da educação.