Comissão de vereadores cobra Sabesp sobre a falta d’água no município de Cubatão

Por Nicole Vasques

A Comissão Especial de Vereadores (CEV) de autoria do vereador Batoré (Agir), que trata do atendimento da Sabesp em Cubatão, se reuniu hoje (02/07) para cobrar respostas em relação à falta d’água no município. Estiveram presentes no encontro Rodrigo Freitas, diretor de Meio Ambiente; Márcia Mesquita, diretora de Obras Públicas e Wilson Silva e Antônio Teixeira, diretores da ACIC (Associação Comercial e Industria) de Cubatão, bem como representantes da Sabesp e da sociedade civil.

Os vereadores Alessandro Oliveira (Republicanos), Jair do Bar (PSDB), Carioca (PSDB), Edson Mota (União), Tinho (PSD), Marcinho (PSB) e Guilherme do Salão (PSB) também compareceram à reunião levantando questionamentos sobre o serviço da Sabesp. Marcinho ressaltou que, apesar de fornecer mais de 50% da água da Baixada Santista, Cubatão enfrenta um grave problema dentro da própria cidade que afeta munícipes e comerciantes.

De acordo com o vereador, moradores de diversos bairros, como Jardim Costa e Silva e Vila dos Pescadores, vêm acionando os parlamentares a respeito da baixa pressão da água em imóveis com mais de um pavimento e ausência desse recurso básico nas residências de forma geral. "O que está acontecendo com a cidade de Cubatão é inaceitável”, afirmou o vereador.

O presidente da CEV, vereador Batoré, ressaltou que vem reclamando sobre o problema em diversas sessões ordinárias da Câmara Municipal. Ele destacou que o Poder Executivo também deve endurecer as ações de cobrança e tomada de providências. “A Prefeitura tem uma parcela de culpa em relação a isso na questão da fiscalização. Não pode deixar o que está acontecendo na cidade de Cubatão hoje”, afirmou Batoré.

Durante a reunião, o vereador Alessandro questionou Sonia Mitri, diretoria de Relações Institucionais da Sabesp, a respeito da situação da falta d’água. "Cadê a água que chegava no segundo andar da casa do Jardim Costa e Silva? Não é nenhuma doação", reclamou o representante do Republicanos. Edson Mota, por sua vez, afirmou que a situação na Vila dos Pescadores é crítica – apesar de ter apresentado uma recente melhora no período diurno. "Depois das 22h, 22h30, acaba a água. Está acontecendo isso de umas duas semanas para cá recorrentemente", afirmou ele.

Um grupo de representantes da sociedade civil, composto por comerciantes e donos de imobiliárias, relatou que, de acordo com informações repassadas pela Sabesp, os indicadores que mediam a pressão adequada da água nos imóveis mudaram de 17 para 10 nas últimas semanas. Para a situação melhorar, clamaram para que os antigos padrões sejam retomados.

Sonia afirmou que, devido à desestatização recente, a companhia ainda está em fase de reestruturação. Ela disse que, em breve, haverá melhorias. Aurélio Silva, assessor técnico da Sabesp, destacou que uma empresa foi contratada para fazer uma pesquisa de vazamento nos imóveis. Ele pediu uma oportunidade para apresentar uma resposta oficial sobre os questionamentos, mas a comissão exigiu ações imediatas para o problema, que é urgente.

Márcia Mesquita, diretora de Obras Públicas, pontuou que trouxe para os vereadores consultarem os processos administrativos de fiscalização, afirmando que a pasta vai endurecer as providências contra a Sabesp. Além disso, Rodrigo de Freitas informou que houve uma reunião com os técnicos da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) e que eles iniciarão fiscalizações caso a caso em toda a cidade.

Diante do exposto, o vereador Batoré sugeriu que a CEV seja convertida em Comissão Especial de Inquérito (CEI) e disse que o Ministério Público será acionado para a devida tomada de providências. Ele solicitou às secretarias presentes uma cópia dos processos de apuração de infrações cometidas pela Sabesp e que as pastas notifiquem a companhia oficialmente, dando um prazo de 24 horas para que a empresa regularize a situação da baixa pressão da água.