Câmara aprova projeto que institui Campanha de Prevenção ao Suicídio

Câmara aprova projeto que institui Campanha de Prevenção ao Suicídio

Foto: Rodrigo Palassi

Os vereadores aprovaram hoje (11/09), em segunda discussão, o projeto de lei (nº 67/2018) que institui a Campanha Municipal de Prevenção ao Suicídio “Setembro Amarelo”. A matéria, de autoria de Marcinho (PSB), tem o objetivo de realizar atividades que promovam a valorização da vida, como debates, palestras, seminários, audiências públicas, entre outras ações voltadas à prevenção do suicídio.

O suicídio é um problema de saúde pública que vem crescendo no Brasil e no mundo. Pelos números oficiais, são 32 brasileiros mortos por dia, taxa superior às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer. O tema costuma ser cercado de tabu, sendo que as pessoas costumam fugir do assunto e, por medo ou desconhecimento, não veem os sinais de que uma pessoa próxima está com ideias suicidas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 9 em cada 10 casos poderiam ser prevenidos, que demonstra ser necessário a pessoa buscar ajuda e atenção de quem está à sua volta.

“Todas as pessoas necessitam de uma conversa”, ressaltou Marcinho. Ele comentou que hoje vivemos numa sociedade marcada pela onipresença das elas redes sociais de internet, que muitas vezes, em vez de aproximar, acabam isolando o indivíduo. O vereador chamou a atenção para adolescentes e jovens que se trancam no quarto para tramar a própria morte, e os pais nem fazem ideia desse comportamento dos filhos .

Ao comentar sobre casos recentes de suicídios na cidade, Marcinho disse que o problema exige políticas públicas que amparem as pessoas que apresentam ideias suicidas. O vereador destacou que a Divisão de Saúde Mental está promovendo rodas de conversa nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade, com o objetivo de sensibilizar sobre o tema, falando sobre os sinais de alerta e onde buscar ajuda.

Toninho Vieira (PSDB) disse que a promoção de ações de prevenção ao suicídio não deve ficar restrita ao mês de setembro. Ele pediu que a Prefeitura ofereça melhor condições de trabalho para os profissionais dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) da cidade a fim de prestar um atendimento de qualidade às pessoas que sofrem com depressão e pensamentos suicidas.

Érika Verçosa (PSDB) também teceu elogios ao projeto de Marcinho e criticou quem pensa que depressão é “coisa só de gente preguiçosa, chorona ou com fobia social”. A vereadora, que trabalha com adolescentes, disse que é preciso identificar o que falta na vida do indivíduo e ficar atento aos conteúdos acessados na internet. Ela recordou o episódio da Baleia Azul, um jogo disseminado nas redes sociais que incentivava o suicídio entre os mais jovens.

Setembro Amarelo

Criada no Brasil pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a campanha do Setembro Amarelo está vinculada ao dia 10 de setembro no qual se comemora o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

Diversos estudos apontam que mais de 90% das mortes por suicídio estão associadas a um transtorno psiquiátrico. Visando contribuir para a redução desses números alarmantes, o Setembro Amarelo busca conscientizar a população acerca da importância da identificação e tratamento corretos das doenças mentais, o que traria um impacto direto na redução das mortes por suicídio.

Algumas medidas eficazes para a prevenção já são evidenciadas em pesquisas internacionais, como o treinamento de médicos para identificar e tratar corretamente episódios de depressão, a restrição ao acesso a meios letais (armas de fogo, venenos, medicações potencialmente letais, acesso a locais de onde o indivíduo pode se jogar) e o tratamento/acompanhamento de paciente após alta hospitalar de internação ou atendimento em posto de saúde devido a tentativa de suicídio.