CEI investigará falhas no atendimento do Hospital de Cubatão

CEI investigará falhas no atendimento do Hospital de Cubatão

Foto: SCS/CMC

Uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) irá investigar possíveis falhas na gestão do Hospital de Cubatão, depois da morte de uma munícipe de 34 anos, que aguardou por semanas por um exame de broncoscopia. O pedido de abertura, de iniciativa do vereador Marcinho (PSB), para formação da CEI foi aprovado ontem (30/07) pelos vereadores, durante a 26ª Sessão Ordinária. 

Marcinho, presidente da Comissão de Saúde da Câmara, comentou que não é o primeiro caso em que ocorre demora na realização de um procedimento médico. Segundo o parlamentar, o objetivo da comissão é investigar as falhas no atendimento à munícipe e discutir maneiras de melhorar a qualidade no serviço prestado à população. “A gente vê realmente a falta de humanidade de um hospital que poderia fazer este procedimento para salvar esta vida”, comentou o parlamentar do PSB, que fez duras críticas à Fundação São Francisco Xavier (FSFX), gestora da unidade hospitalar.

Anderson de Lana (PRB) lamentou que nem todos os médicos têm comprometimento com a profissão,uma vez que são negligentes no atendimento à população.  Na opinião do vereador, o exame de broncoscopia deveria ser ofertado pela Secretaria de Saúde. “O governo deveria ter autonomia para oferecer exame de broncoscopia e evitar que um problema como este ocorresse”.

Em sua primeira fala como parlamentar, o vereador Antonio de Pádua (PT) lamentou  o fato de iniciar o mandato justamente num dia triste. O vereador sugeriu a realização de uma audiência pública para discutir com profundidade o sistema de saúde. “Com isso teremos a oportunidade de debater com conhecimento a saúde do município”, propôs o vereador.

Toninho Vieira (PSDB) lastimou o ocorrido e comentou que a responsabilidade é  da ineficiência da FSFX, mas que o Poder Executivo também é culpado pela tragédia. O vereador listou uma série de problemas que ocorrem na área da saúde, chamando atenção para a falta de leitos. “ Lamento sim o fato de a Fundação prestar um atendimento ruim à população, mas o Governo Municipal também tem responsabilidade neste caso, uma vez que poderia oferecer mais leitos e evitar a demora nos atendimentos”, cobrou o parlamentar.

Na seqüência, Ivan Hildebrando (PSB) comentou que está à disposição para cobrar e investigar o ocorrido. “Estamos unidos no mesmo propósito para cobrar e buscar a solução do problema”. 

Já a vereadora Érika Verçosa (PSDB) entende que o erro começou no início pelo fato de ter haver demora no atendimento. “Percebemos que houve um descaso, porque é inadmissível alguém ficar 60 dias esperando por atendimento. Os médicos tinham obrigação de fazer o encaminhamento e buscar solucionar o problema”, indignou-se Verçosa.

Sérgio Calçados criticou a falta de atendimento nos hospitais e apresentou uma lista de médicos que não estão atendendo e cobrou uma justificativa por não haver substitutos. “O nosso dever é saber quem vai substituir esses atendimentos. Quantas pessoas mais irão morrer em nossa cidade para seja feito algo?” questionou o vereador do Cidadania.

A seguir, Rodrigo Alemão, comentou que em um país correto e justo o princípio básico da sociedade é ter atendimento médico correto e eficiente. Quando isso não ocorre, cabe ao órgão fiscalizador dos atos do Poder Executivo, no caso a Câmara apontar o problema e buscar soluções para o problema não volte a se repetir. “Doa a quem doer iremos a fundo nesta investigação”.

Sinto que nesse hospital não estão preocupados com vidas e temos que mudar isso”, falou Wilson Pio. Para o vereador a administração do hospital é prejudicial para quem depende desse atendimento. Em seguida, Jair do Bar (PT)  comentou que irá intensificar as cobranças quanto ao sistema CROSS. “Temos que resolver a situação, porque uma pessoa ficar esperando um atendimento por um longo período é um caso de calamidade pública”, indignou-se.

Pelo mal atendimento prestado pela FSFX, o vereador Ricardo Queixão (PDT) propõe alteração na instituição que administra o Hospital Municipal,  uma vez que existe um alto índice de reclamações por parte dos pacientes. Por fim, Cléber do Cavaco (PRB) também sugeriu a troca do sistema de saúde. “O povo não aguenta mais tanto descaso no atendimento de saúde na cidade”, lamentou o vereador.

Esta CEI terá um prazo de 60 dias para investigar este caso de suposta negligência no atendimento de uma munícipe que veio a falecer na última semana.