Em audiência pública, vereadores questionam combate ao Covid-19 no município

Em audiência pública, vereadores questionam combate ao Covid-19 no município

Foto: Rodrigo Palassi

A Câmara Municipal de Cubatão realizou hoje (29), a Audiência Pública da Saúde, em obediência à Lei Complementar 141 de 13 de janeiro de 2012. A prestação de contas referente ao primeiro quadrimestre de 2020, foi conduzida pelo vereador Ivan Hildebrando (PSB), presidente da Comissão Permanente de Saúde. Na oportunidade, a secretária da pasta, Denise Filomena Rodrigues, respondeu a uma série de questionamentos dos vereadores referentes às medidas que o Poder Executivo vem tomando a respeito do aumento no número de casos de Covid-19.

O vereador Ivan Hildebrando solicitou à Denise que o Legislativo tenha assento no Comitê Estratégico Municipal Covid-19, de modo que os vereadores, que estão mais próximos da população, possam contribuir com ideias, críticas e encaminhas demandas das comunidades. O parlamentar criticou a politização da situação atual e demonstrou preocupação com o momento da pandemia. “Nosso inimigo não é partido A nem B, nem candidato e sim o coronavírus. Precisamos sim conscientizar a população, especialmente aqueles que vivem nas periferias”, disse Hildebrando.

Já Toninho Vieira (Progressistas) e Rafael Tucla (Progressistas) criticaram as medidas adotadas pela administração municipal para combater o avanço do coronavírus na cidade. Os parlamentares questionaram principalmente o fato de Cubatão não instalar um hospital de campanha, como outros municípios da região, para atender paciente com sintomas da Covid-19. Além disso, os vereadores também teceram críticas sobre a não realização de testes rápidos para as pessoas que procuram os postos médicos e a falta de leitos de UTI no Hospital Municipal, gerido pela Fundação São Francisco Xavier (FSFX). “Foi disponibilizado 30 leitos e não foram suficientes, agora o município conta com mais 33, porém, ainda não estão disponíveis para os pacientes”, ressaltou Toninho.

Denise respondeu que a estrutura já está pronta, com as camas disponíveis, mas faltam alguns equipamentos, que dependem de trâmites burocráticos. “Infelizmente por conta desta pandemia, a logística de entrega dos equipamentos está fora do prazo”, explicou a secretária. Já o médico infectologista, Evaldo Stanislau, diretor clínico do Hospital Municipal, garantiu que os novos leitos serão entregues em breve. “Não posso firmar uma data exata para não criar expectativa, mas está próximo”.

Stanislau, que integra o Comitê Estratégico Municipal Covid-19, argumentou ainda que muitas pessoas se confundem em relação à finalidade dos hospitais de campanha, uma vez que o objetivo dessa estratégia é monitorar o paciente e não isolá-lo. O especialista disse que enquanto no estado de São Paulo a letalidade é de 7,44%, no país é de 6,3%, e em Cubatão é de 5,9%, ou seja, nossa taxa é menor do que a média do Brasil e do estado. Questionado sobre a reabertura de comércio na cidade, o médico declarou: "Na minha opinião como médico, quando a curva está crescente, como agora, não é o momento certo para a flexibilização. Se tivermos teste para todo mundo, capacidade para isolar todas as pessoas sintomáticas e número de leitos suficiente, a gente passa a ter uma condição melhor".

O vereador Marcinho (PSB) questionou sobre a falta de especialidades médicas como cardiologista, ginecologista nas unidades básicas de saúde da cidade. Em sua resposta, a secretária alegou que esses equipamentos reduziram o atendimento desses serviços por conta da pandemia, mas negou que tenha parado na rede municipal. Ela explicou que pacientes cardíacos, hipertensos e diabéticos são prioridade no atendimento. Segundo ela, as visitas domiciliares estão restritas mas não foram suspensas. "Em caso da ginecologia, os casos críticos que estão sendo atendidos durante a pandemia", explicou Denise. 

Outra questão levantada pelos parlamentares se referia ao destino dos seis milhões de reais repassados pelo Legislativo ao Poder Executivo. Representantes da secretaria de saúde responderam que os valores foram utilizados em insumos e a compra de equipamentos. Segundo eles, os recursos foram usados tanto no Pronto Socorro Central quanto no Hospital Municipal.

Estiveram presentes na Audiência Pública da Saúde os vereadores Rafael Tucla (PP), Toninho Vieira (PP), Lalá (Patriota), Aguinaldo Araújo (MDB), Jair do Bar (MDB) e Marcinho (PSB), além de representantes do Conselho Municipal de Saúde e da sociedade civil. Os cidadãos encaminharam perguntas aos membros da secretaria municipal de saúde pelas redes sociais da Câmara.

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