Especialista defende modelo de justiça restaurativa para superação de conflitos

Especialista defende modelo de justiça restaurativa para superação de conflitos

Foto: SCS/CMC

A Escola do Legislativo e da Democracia (ELD), órgão institucional da Câmara de Cubatão, promoveu hoje (25) o Workshop sobre “Práticas Restaurativas e Transformação de Conflito em Ambientes Diversos”, sob a responsabilidade da assistente social e coordenadora de projetos do Instituto Anástasis, Vacildes Barboza de Souza. A especialista defendeu o respeito ao outro como condição para o convívio democrático e civilizado nas relações interpessoais.

Vacildes começou o workshop diferenciando os dois modelos de justiça: retributivo e restaurativo. No primeiro, temos uma abordagem tradicional, que apresenta algumas características, como intimidação, controle, coerção e isolamento, e tem como primeira vítima, a verdade. O culpado, muitas vezes, encena, omite, pois sabe que se disser a verdade, será réu confesso. Involuntariamente, busca-se a punição do culpado, ele precisa pagar pelo ato que fez e a vítima vira meramente um instrumento de prova.

Já no modelo restaurativo temos como foco a promoção do diálogo, a responsabilidade coletiva, que coloca a justiça como valor. Nessa abordagem, todas as partes envolvidas se encontram voluntariamente para conversar sobre a dinâmica relacional com o objetivo de chegar ao estado de paz. Ela afirmou que a abordagem restaurativa exige um exercício empático, de reconhecimento da humanidade do outro. A assistente social disse que esse processo pressupõe desapego, uma vez que crenças e valores muito enraizadas constroem um olhar condenatório, que acusa antes de ouvir.

A coordenadora do Instituto Anástasis também comentou sobre casos reais de homens agressores, dependentes químicos e menores infratores que passaram por processos restaurativos e transformaram seus comportamentos. "É preciso acessar a humanidade adormecida desses indivíduos", ressaltou Vacildes. Ela defendeu que todos contribuam para a promoção da cultura de paz nas escolas, condomínios e ambientes corporativos, enfim, no dia a dia, fortalecendo valores como a não-violência, a tolerância, o diálogo, a reconciliação, a justiça e a solidariedade.

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