Transformações no mercado do trabalho exigem novas competências dos profissionais

Transformações no mercado do trabalho exigem novas competências dos profissionais

Foto: Rodrigo Palassi

A tecnologia e as mudanças sociais sempre impulsionam transformações no ambiente e nas relações de trabalho. No entanto, as recentes mutações têm acontecido de forma cada vez mais rápida e a tendência é que a velocidade dessas modificações só aumente. Como consequência disso, novas habilidades, conhecimentos, atitudes e capacidades são exigidas dos profissionais que buscam uma vaga de emprego.

Para discutir sobre esse cenário de mudanças, a Câmara Municipal de Cubatão promoveu ontem (23/05) o Painel "As transformações do mercado de trabalho: o profissional do século XXI e as novas competências exigidas", com a participação do professor universitário Enzo Bertazini, coordenador do curso de Engenharia de Controle e Automação do IFSP - Campus Cubatão; e o coach Allan Lopes, especialista em gestão de performance e colunista do site "Carreira e Sucesso" da Catho. O evento, que faz parte do Ciclo de Debates Contemporâneos, foi aberto pelo chefe do Legislativo, Rodrigo Alemão (PSDB).

Bertazini comentou que atualmente não se deve priorizar o desenvolvimento de competências meramente técnicas, mas sim de habilidades ligadas à organização, à visão sistêmica, ao senso crítico, à comunicação, à liderança, ao trabalho em equipe, à cidadania, à flexibilidade, à adaptabilidade, à aplicabilidade e à inovação. O docente também destacou a importância de existir sintonia entre o mercado de trabalho e a formação acadêmica, de modo a associar as necessidades para os profissionais do século XXI com as atividades escolares

O professor, que tem experiência tanto como engenheiro quanto como educador, chamou a atenção para que cada um saiba avaliar potenciais e limitações, uma vez que “ninguém é super-homem ou mulher-maravilha”. Bertazini comentou que é preciso buscar o seu autodesenvolvimento, de forma equilibrada e estruturada. Entre ser especialista ou generalista, o docente do IFSP - Campus Cubatão apontou que a segunda opção atende melhor a complexidade da sociedade moderna.

Já Lopes, que é consultor de Recursos Humanos, comentou que entre as expectativas do mercado, estão o conhecimento de tecnologias ligadas a área de atuação, as fortes habilidades de comunicação e interação, e o desenvolvimento social e ambiental. Segundo ele, essas expectativas exigem constante adaptação a novas situações, foco nos resultados do negócio; e a promoção de competências que geram valor econômico.

O coach ressaltou que os jovens não devem escolher a profissão orientados somente por critérios salariais, até porque, segundo ele, é possível ser bem remunerado em qualquer área de atuação, basta ser competente e aproveitas as oportunidades. Lopes defendeu que na hora de pensar na carreira a seguir, é preciso pensar no impacto social dela, ou seja, “o quanto vocês podem agregar à sociedade?”.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que este ano o Brasil terá aproximadamente 13,8 milhões de desempregados, alcançando a primeira colocação entre os países do G-20. O relatório The future of Jobs, realizado pelo Fórum Econômico Mundial, aponta que até 2020, haverá uma queda de mais de 7.1 milhões de empregos devidos a mudanças no mercado, destes, ⅔ estão concentrados em áreas administrativas. O estudo foi criado a partir de entrevistas com mais de 13 milhões de profissionais de nove grandes setores, em 15 mercados emergentes e desenvolvidos.

O Painel "As transformações do mercado de trabalho: o profissional do século XXI e as novas competências exigidas" contou com a participação de jovens aprendizes do CAMP-Cubatão. O Ciclo de Debates Contemporâneos, criado pelo Legislativo Cubatense, é um espaço democrático para discutir os temas de interesse coletivo com a participação de diferentes setores da sociedade civil.