Parlamentares criticam decisão da APS de instalar um pátio em Cubatão
Durante a sessão extraordinária, ocorrida hoje (24), os parlamentares criticaram a decisão, publicada na imprensa local, da Autoridade Portuária de Santos (APS) de instalar um novo pátio regulador com capacidade para 500 caminhões em Cubatão, que faz parte do projeto da nova poligonal do Porto de Santos. Os vereadores ressaltaram que as autoridades da cidade já tinham se posicionado contra a iniciativa.
Tinho (PSD) criticou o projeto de instalação do pátio na Ilha do Tatu, área de preservação ambiental entre a interligação Anchieta-Imigrantes e Estrada Metalúrgico Ricardo Reis. O parlamentar disse que a Câmara precisa ficar atenta e avaliar os impactos sociais que um estabelecimento desse porte pode causar na cidade, principalmente os bairros dos Bolsões, da Ilha Caraguatá, do Jardim Casqueiro, do Conjunto Rubens Lara e do Parque São Luiz. O vereador ressaltou que a comunidade precisa ser escutada, uma vez que Cubatão sempre acaba ficando com o ônus na região.
Alessandro Oliveira (Republicanos) reforçou as críticas à iniciativa da APS e disse que o órgão portuário precisa entender que Cubatão tem gente que se importa com seu povo. O parlamentar lembrou que, no ano passado, a APS já tinha apresentado esse projeto, mas que, diante da repercussão negativa, acabou “tirando o pé”. O parlamentar defendeu uma mobilização popular que envolva toda a cidade contra essa proposta.
Guilherme Amaral (PSD) comentou que historicamente Cubatão tem servido de “banheiro químico” para a região metropolitana. Para o vereador, enquanto o Valongo recebe uma área de entretenimento para a população, o município é escolhido para abrigar um pátio de caminhões, o que coloca em xeque a logística dos bairros locais. O parlamentar sugeriu a criação de uma comissão especial na Câmara para discutir essa iniciativa da APS, que coloca a cidade na “rota do regresso”.
Em carta aberta, divulgada ontem (23) no site oficial da Prefeitura, o prefeito César Nascimento sinalizou que “não é preciso ir muito longe para concluir que 500 caminhões circulando em área urbana geram uma série de transtornos”. O chefe do Executivo também ressaltou que “esse estacionamento não resolverá os problemas do trânsito nas rodovias que cortam a nossa Cidade, apenas pressionará ainda mais os gargalos logísticos que temos”.